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OPINIÃO: A nossa Copa ocorre em outubro

Inegavelmente, o futebol é uma paixão dos brasileiros. E em época de Copa do Mundo, o Brasil praticamente para na torcida pela Seleção Brasileira. Não foi diferente no Mundial da Rússia, que vai até o próximo domingo. Mas a busca pelo hexacampeonato foi interrompida pela derrota para a Bélgica, por 2 a 1, nas quartas de final. Resta, agora, preparar um novo time para buscar o sexto título na Copa do Catar, em 2022. Espero que Tite aceite o convite da CBF e siga no comando técnico da Seleção para mais um ciclo.

Já para a República Federativa do Brasil, uma outra Copa do Mundo ocorre em outubro próximo, quando os eleitores vão escolher presidente, governadores, senadores, deputados federais e deputados estaduais. Diante disso, cabe ao eleitor brasileiro avaliar com atenção o currículo e a trajetória de cada candidato que busca o seu voto para representá-lo em nível federal e estadual.

Já passou da hora de o país retomar a caminhada de avanços econômicos e sociais para o bem-estar da população. Não há mais espaço para o Brasil flertar com a corrupção, a insegurança, o desemprego e a falta de educação e saúde adequadas para o seu povo. Ações efetivas para combater a miséria, a fome e a ausência de habitação digna devem ser priorizadas pelos futuros dirigentes.

Cada votante precisa assumir uma postura responsável, com consciência, coragem e serenidade, para evitar novos estelionatos eleitorais praticados por governantes e parlamentares indecentes.

Chega de corruptos, de incompetentes, de aproveitadores e de vendilhões do patrimônio nacional nas esferas políticas. Chega de promessas falsas, obras inacabadas e impostos elevados. A população não aguenta mais pagar a conta de gestões e políticos ineficientes, que não dão o retorno condizente para as suas necessidades diárias.

Chega de governos que penalizam o funcionalismo público com o parcelamento de salários, a extinção de fundações e a busca desesperada para privatizar estatais. Por tabela, a população mais carente é prejudicada, pois fica sem um atendimento adequado nos serviços básicos. O desmonte do serviço público e a implantação do estado mínimo interessam somente aos mais abastados, que possuem recursos e não precisam enfrentar filas em postos de saúde e hospitais atrás de médicos, exames e medicamentos.

O artigo 1º da nossa Constituição destaca que "A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como fundamentos: a soberania; a cidadania; a dignidade da pessoa humana; os valores sociais do trabalho e da livre iniciativa; o pluralismo político." Tem, na sequência, um parágrafo único, que diz o seguinte. "Todo o poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes eleitos ou diretamente, nos termos desta Constituição." Na teoria, tudo perfeito. Na prática, um longo caminho ainda a ser percorrido.

O poeta paraibano Ariano Suassuna dizia que "o otimista é um tolo. O pessimista, um chato". E acrescentava: "Bom mesmo é ser um realista esperançoso." Sejamos, então, realistas esperançosos, mas sobretudo vigilantes dos nossos deveres como cidadãos brasileiros, eleitores e na defesa de um país mais justo para todos.

Assim como a Seleção Brasileira de futebol, a República Federativa do Brasil precisa ser reconstruída, refeita, recomposta, a começar já em outubro e com prazo de validade para os próximos quatro anos. Há urgência neste processo. Eis a nossa Copa.

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